quarta-feira, 27 de março de 2013

Simpósio de Educação Patrimonial no MHS

Museu Histórico de Sergipe. Foto: Adilson Andrade, 2010

O Museu Histórico de Sergipe, unidade da Secretaria de Estado da Cultura, irá apoiar a I Semana de Turismo, Cultura e Gastronomia evento realizado pelos acadêmicos do curso de Turismo da Universidade Federal de Sergipe (UFS), entre os dias 5 e 15 de abril do ano corrente. 

As atividades programadas (simpósio, seminários, exposições, feiras, etc) ocorrerão nas cidades de Laranjeiras e São Cristóvão.

PROGRAMAÇÃO

5/4/2013
Simpósio de Educação Patrimonial da cidade de São Cristóvão
Local: Museu Histórico de Sergipe/São Cristóvão
Horário: 8 às 12h e das 14 às 18h

9 e 10/4/2013
I Seminário Gastronômico Sergipano e suas tradições culturais
Local: Auditório da Reitoria da UFS/São Cristóvão
Horário: 14 às 18h

11/4/2013
Exposição Cultural Sergipana: Interações entre Cultura e Turismo
Local: Auditório da Didática V - UFS/ São Cristóvão
Horário: das 14 às 17h

12/4/2013
Festival Gastronômico da Mangaba
Local: Auditório da Didática V - UFS/ São Cristóvão
Horário: das 14h às 17h

15/4/2013
Turismo, Patrimônio e Cultura: Construindo Pontes
Local: Auditório da UFS/Laranjeiras
Horário: das 14h às 18h

Além do Simpósio de Educação Patrimonial que ocorrerá no auditório do Museu Histórico de Sergipe, acontecerá a partir das 16 horas uma Feira de Artesanato e Gastronomia na Praça São Francisco, Patrimônio da Humanidade. 

INSCRIÇÕES ABERTAS, GRATUITA!

Você acadêmico, agente cultural e artesão interessado na programação vinculada ao Museu Histórico de Sergipe inscreva-se na recepção do mesmo. 30 vagas. O MHS funciona de terça a domingo, das 10 às 16 horas. Maiores informações: (79) 3261-1435 ou pelo email: museuhsergipe@gmail.com 
Participação garante certificado.

Você acadêmico interessado em participar da I Semana de Turismo, Cultura e Gastronomia inscreva-se no Laboratório de Estudos Interdiscipinares em Turismo (LEITUR/UFS) ou via email: se-turcg@hotmail.com
Participação garante certificado.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Exposição sobre João Bebe-Água é sucesso!


Relatório Provincial, uma das atrações da exposição

A Exposição Temporária "João Bebe-Água: as duas faces do sujeito" foi lançada na última sexta, 15/3, dentro do projeto Casa de João Bebe-Água realizado pelo Museu Histórico de Sergipe (MHS/SECULT) e a Casa do IPHAN. A reconstituição de cenas da vida doméstica do homenageado (quarto  e escritório), bem como apresenta revelações de pesquisa a exemplo do seu vício do rapé, das suas características, etc

O plano expográfico contempla dois espaços. Na Casa do IPHAN é apresentado tudo o que se romantizou sobre João Bebe-Água, objetos e pôsteres mostram versão depreciativa e caricata pintada pelos seus adversários políticos engajados no projeto de mudança da capital. Aqui ele é louco, maltrapilho, quixotesco, sonhador, sua dimensão é lendária ou anedótica. 

No Museu Histórico de Sergipe aparece a dimensão humana. João Bebe-Água é o cidadão, o protagonista, o comerciante, o político. João Bebe-Água foi vereador numa época em que a Câmara de Vereadores funcionava no sobrado em que foi instalado o referido museu. A intenção é também fixar o Museu Histórico de Sergipe como lugar de memória de João Bebe-Água.

Além dos turistas, cerca de 400 alunos já conheceram a exposição: Colégio São João Batista, Colégio Direcional Risco e Rabisco, Sesi, Colégio Purificação, Centro Educacional Novo Horizonte, Centro Educacional Santo Expedito, Centro Educacional Cri'Arte. Para o dire

A exposição "João Bebe-Água: as duas faces do sujeito" ficará em cartaz até o dia 15 de abril. O Museu Histórico de Sergipe funciona de terça a domingo, das 10 às 16 horas. A Casa do IPHAN funciona de segunda a sexta, das 8 às 16 horas. Maiores informações (79) 3261-1435 ou email: museuhsergipe@gmail.com


Confira imagens:



Dados de pesquisa insere João Bebe-Água no contexto da Mudança da Capital


terça-feira, 12 de março de 2013

Revisão na biografia de João Bebe-Água

Apenas um cachaceiro, assim dizia seus inimigos. Xilogravura de André Gustavo, 2005.

Por Thiago Fragata*



A Mudança da Capital de São Cristóvão para o povoado de Santo Antônio do Aracaju constitui o segundo tema mais estudado na historiografia sergipana, perdendo somente para a questão dos limites entre Sergipe e Bahia. No entanto, boa parte dessa produção pautou-se em discutir a origem e povoamento de Aracaju, o mérito/demérito e acerto/erro do governante Inácio Joaquim Barbosa, o grau de ingerência de João Gomes de Mello, o Barão de Maruim, na decisão política.

Numa perspectiva inovadora para época, 1942, o jovem José Calasans Brandão da Silva apresentou sua tese para concurso à cadeira de História do Brasil e de Sergipe da Escola Normal. Na visão calasiana a decisão teve fatores externos ou nacionais, como a política de conciliação inaugurada pelo Marques de Paraná, a era Mauá e uma mentalidade mercantil. Mas também, apresentou fatores internos ou regionais, como o fato do escoamento da produção taxada na capital São Cristóvão depender das marés do rio Paramopama, afluente do rio Vaza Barris. Sem esquecer que a zona mais próspera da Província chamava-se Cotingüiba e nela se achava assentada a economia sergipana. Em resumo, Calasans atenta para uma tendência nacional de mudar a sede para beira-mar mostrando que Alagoas (1832) e Piauí (1851) fizeram o mesmo naquele contexto.   

Mas falando de João Bebe-Água ou de João Nepomuceno Borges, vejamos o que foi possível apurar nas recentes pesquisas. A primeira etapa da organização do Arquivo da Prefeitura Municipal de São Cristóvão, em 2006, revelou novidades sobre o enigmático sujeito que nos convida a reflexão acerca da visão depreciativa e caricata que ganhou foros de verdade em razão da repetição ao longo do tempo.

Antes gostaria de esclarecer que a intenção aqui não é heroicizar a personagem que vencida pela ação dos adversários políticos – João Bebe-Água era membro do Partido Liberal. Ele viu seu comercio falir, foi rotulado louco, patriota insano, um maltrapilho que morreu sonhando com o retorno da capital a guardar foguetes para estourar nesse dia.

Lembrando conhecido jargão da historiografia francesa “História faz-se com documentos”. Eis que entre papéis antigos do Arquivo da Prefeitura de São Cristóvão descobrimos que o homem simples gozava de prestígio perante a população sancristovense. Era vereador em 1864, cargo não-remunerado naquela época. O termo de sua posse (29/09) informa que João Nepomuceno Borges era vereador re-eleito.1

Ao correr os olhos no citado Livro de Eleições não demoramos a encontrar João Nepomuceno Borges como juiz de paz em 1893. Sabemos que ele não tinha formação em ciências jurídicas, o que não era requisito para o desempenho das atividades inerentes ao cargo, atinente a resolução de problemas da ordem pública e organização das eleições de vereadores e juízes. Manuel dos Passos de Oliveira Teles, juiz de órfãos de São Cristóvão, na época, afirmou ter conhecido João Bebe-Água e garante que ele “não foi louco, não foi um mendigo, era um resignado”.2 Por sua vez, Sebrão Sobrinho, mesmo discordando de Manuel dos Passos em quase tudo, assegura que “João Bebe-Água não foi um tipo à-toa”.3 

Vereador, juiz, beato, pesquisas revelam um outro João Bebe-Água. Xilogravura de Nivaldo Oliveira, 2013

Tais evidências levam a refletir o quanto a imagem depreciativa de João Bebe-Água, ora assentada no alcoolismo, ora na insanidade barrista, deve ser ponderada. Pela sua dimensão humana e protagonista, é hora de apreciar sua biografia como uma lição de amor a terra natal, São Cristóvão.  É justamente nesta aura que é preciso fazer uma revisão sobre a Mudança da Capital e especialmente sobre João Bebe-Água.


*Thiago Fragata é especialista em História Cultural (UFS), sócio efetivo do IHGSE e Diretor do Museu Histórico de Sergipe. E-mail: thiagofragata@gmail.com
REFERÊNCIAS:  
1 - APMSC, São Cristóvão. Livro de Eleição do Câmara Municipal - 1848/1893. Manuscrito, 
2 - TELES, Manuel dos Passos de Oliveira. João Bebe-Água. In: __. Sergipenses. Aracaju: Typ. d’O Estado de Sergipe, 1896, p. 61; 
3 - SOBRINHO, Sebrão. Laudas para a História de Aracaju. Aracaju: Liv. Regina, s/a, p. 65.

quinta-feira, 7 de março de 2013

JOÃO BEBE-ÁGUA SERÁ TEMA DE EXPOSIÇÃO E SARAU

Releitura da imagem de João Bebe-Água: um cidadão atuante. Xilogravura: Nivaldo Oliveira, 2013

Com esta xilogravura, o artista Nivaldo Oliveira, atenta para a necessidade da revisão na biografia de João Bebe-Água, personagem destacada no evento da Mudança da Capital, de São Cristóvão para Aracaju, oficializada no dia 17 de março de 1855. 

Em 2005, o cordelista Chiquinho do Além-Mar já trabalhava com as novas informações: de um sujeito que foi vereador atuante, cidadão, juiz de paz, em contraposição de uma imagem negativa traçada pelos adversários políticos de João Bebe-Água. 

Imagem de João Bebe-Água cachaceiro teria sido produto dos seus inimigos. Xilogravura: André Gustavo, 2005.

No mês de março, dezenas de instituições educacionais deslocam seus alunos para São Cristóvão, ex-capital, visando esclarecer pontos da Mudança da Capital. Por conta disso, o Museu Histórico de Sergipe, Casa do IPHAN e Associação Cultural Amigos do Museu Histórico de Sergipe (ACAMHS) preparam uma programação especial do projeto Casa de João Bebe-Água.

EXPOSIÇÃO JOÃO BEBE-ÁGUA: AS DUAS FACES DO SUJEITO
Lançamento dia 15 de março, sexta, às 11 horas. 

SARAU “JOÃO BEBE-ÁGUA: POR AMOR A SÃO CRISTÓVÃO”

sábado, 16/3, a partir das 19 horas, e terça, 19/3, a partir das 14 horas

Thiago Fragata, Diretor do Museu Histórico de Sergipe, é pesquisador da vida de João Bebe-Água e faz questão de adiantar que "a intenção não é desconsiderar as informações que temos hoje, seja verdade ou invenção dos adversários de João Bebe-Água; não queremos fazer dele um herói, nos basta evidenciar sua lição de amor a cidade, sua cidadania, seu protagonismo".